segunda-feira, 25 de julho de 2022

Glória maior e infâmia menor

A manhã começou por Baiona, vindos de Vigo, com passagem por Ramalhosa.
Ali arribou,  a 1 de Março de 1493, a Pinta, comandada por Martin Alonso Pinzón. 
Na breve enseada está uma réplica à exacta escala, da embarcação. 
Ensina pela sua pequenez, casca de nós a vencer a temerosa procela do Atlântico. 
A Pinta era uma das três caravelas da esquadra de Cristóvão Colombo.
A 12 de Outubro de 1942 o vigia do navio, Juan Rodrìguez Bermejo, conhecido, entre outros nomes, como Rodrigo de Triana ou Rodrigo Pèrez de Acevedo, avistou terra, pelas duas da madrugada. Terra que aos gritos anunciou seria a América, porque foi com esse nome que o florentino Américo Vespúcio a designou na sua carta de marear.
E foi a notícia do Novo Mundo que aqui chegou ao local onde o nosso acaso de ontem, o chegar tardio, nos levou esta manhã.
Estava prometido um jibão de seda e dez mil maravedìs para quem avistasse terra. Rodrigo, porém, nada receberia. O Almirante Colombo argumentava para tal -  e há quem duvide dessa verdade - que já quatro horas antes havia visto uma luzes "aunque fue cosa tan çerrada que non quiso affirmar que fuse terra".
Enfim, o desapontado vigia, desgosto, exilou-se na Berberia, no norte de África. A sua origem mourisca conduzi-o às suas raízes.
Ficou dele uma estátua em Seviha. Aqui este azulejo alusivo dá conta da glória maior, descontada uma possível infâmia menor.