segunda-feira, 25 de julho de 2022

Um viagem, uma companhia

Há muitos modos de ter companhia em viagem. Trouxe comigo os inevitáveis guias e os mapas, além de tudo quanto se pode encontrar no mundo virtual. Mas trouxe da biblioteca doméstica um Fialho de Almeida, que o cuidado de Lourdes Carita recuperou e o defunto jornal Independente editou em 2001, o livro de uma sua viagem à Galiza, por onde andamos.
Fialho visitara a Galiza em 1903, mas foi na viagem efectuada em 1905 que guardou em catorze cadernos as suas notas. O original está na Torre do Tombo, uma das cópias dactilografadas na Academia das:Ciências. 
Escritas com franqueza íntima, não poupa o verbo ácido nem a adjectivação de almocreve, o que traz à narrativa um ambiente de frescura picaresca e risonha.
Acordei pouco depois das quatro, como está a ser hábito conventual, e já estudei o capítulo inicial, o da entrada por Caminha e passeio de Tui a Vigo. Daqui a umas horas faremos o inverso. Entre mapas, guias e o Fialho, algo ajudará a ver o que se não veria. José Valentim Fialho de Almeida, esse mesmo, o dos "Gatos", livro que ficou lá pela estante. Morreu em 1911. Que importa? Revive agora connosco.